BIOSS-Lab – Laboratório de Biomedicina, Saúde e Sociedade – ou apenas BIOSS –, é um espaço colaborativo e interdisciplinar dedicado à produção de conceitos, métodos e teorias das ciências humanas e sociais aplicadas à pesquisa científica em saúde sobre sexo e gênero. Atuando por meio de investigação, ensino e extensão, o laboratório busca fomentar o estudo interseccional de gênero nas ciências biomédicas e áreas afins, combater vieses e exageros na pesquisa sobre diferenças sexuais e enriquecer o debate público sobre as ciências do sexo e do gênero.

Criado originalmente em 2015 como Núcleo de Pesquisa Aplicada em Gerontologia e Envelhecimento (NUPAGE), o grupo esteve inicialmente vinculado ao Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Sob a coordenação conjunta de Vívian Ramos Melhado e João Paulo Gugliotti, o NUPAGE consolidou-se como um núcleo interdisciplinar comprometido com uma abordagem crítica da gerontologia, promovendo o diálogo entre as Ciências Sociais e a Saúde Coletiva.

Entre 2015 e 2022, o núcleo destacou-se por questionar abordagens convencionais do envelhecimento e propor novas perspectivas analíticas, organizando duas coletâneas pioneiras no Brasil: Gerontologia: perspectivas teórico-analíticas(2021) e Gerontologia: perspectivas teórico-práticas (2022), ambas publicadas pela Editora Alínea.

A partir de setembro de 2022, o grupo tornou-se independente e ampliou suas linhas de pesquisa, incorporando temas como a história da epidemia de HIV/AIDS, as relações entre biomedicina e sexualidade, e os marcadores sociais da diferença (gênero, geração, raça/etnia). Essas investigações têm se articulado com os campos da História da Ciência, Sociologia, Saúde Coletiva e Gerontologia.

Com a transição para BIOSS-Lab, o laboratório passa a se constituir como uma plataforma de inovação, colaboração e valorização de vozes e metodologias diversas no estudo das relações entre biologia, gênero e sociedade. Inspirado por perspectivas feministas interseccionais, o BIOSS reúne pesquisadoras/es de distintas áreas para desenvolver e validar teorias e métodos capazes de problematizar as formas como o gênero e o sexo são operacionalizados em pesquisas biomédicas. Entre seus principais objetivos estão: construir abordagens que enfrentem os vieses presentes nos estudos de diferenças sexuais; ressaltar o papel do contexto, da contingência e da variação na produção de conhecimento científico; propor formas inovadoras de integrar o gênero como categoria analítica em pesquisas interseccionais em saúde; e analisar as implicações sociais e políticas de discursos biológicos sobre gênero e diversidade sexual.